O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse
nesta terça-feira que a crise envolvendo a Coreia do Norte foi longe
demais e que a solução depende do diálogo. "Ameaças nucleares não são um
jogo. A retórica agressiva e o exibicionismo militar só resultam em
contra-ações e alimentam medo e instabilidade", disse o sul-coreano
durante visita oficial a Andorra.
Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, dá coletiva em Andorra, onde pediu que diálogo resolva crise na Península Coreana
Nos últimos dias, o regime comunista norte-coreano ameaça travar uma guerra
contra a Coreia do Sul e usar armas nucleares
contra o território dos EUA, mas na terça o jovem líder Kim Jong-un
pareceu abrandar essa retórica ao insistir no caráter dissuasivo do seu
arsenal nuclear. "Nosso poder nuclear é um meio confiaável de impedir uma
guerra e uma garantia de proteção de nossa soberania", disse Kim em um
discurso proferido na reunião do comitê central do governista Partido
dos Trabalhadores da Coreia do Norte.
"As coisas devem se acalmar, já que essa situação,
agravada pela falta de comunicação, pode levar a um caminho que ninguém
desejaria seguir", disse Ban, oferecendo ajuda às partes para iniciar um
diálogo.
"Estou convencido de que ninguém pretende
atacar (a Coreia do Norte) por causa de discordâncias a respeito do seu
sistema político ou política externa. No entanto, temo que outros
respondam firmemente a qualquer provocação militar direta", disse. Ele
também pediu às autoridades norte-coreanas que respeitem as resoluções
do Conselho de Segurança da ONU.
As declarações de Ban foram feitas depois de a Coreia do Norte prometer que reativará todas as instalações nucleares
, incluindo uma unidade de enriquecimento de urânio e o reator de seu
principal complexo nuclear, de Yongbyon, fechado em 2007. O anúncio
ocorreu um dia após um porta-voz do Departamento Geral de Energia
Atômica do país ter dito que o governo pretende fazer com que a
capacidade bélica nuclear norte-coreana seja "expandida e elevada
quantitativa e qualitativamente".
Reprodução de TV de 27/06/2008 mostra torre de resfriamento antes de sua demolição no reator de Yongbyon, Coreia do Norte
Aliada do regime de Pyongyang, a China lamentou
o anúncio. A medida norte-coreana é o mais recente passo na escalada da
tensão na Península Coreana após a realização do terceiro teste nuclear
de Pyonyang em fevereiro. Na segunda-feira, o Parlamento da Coreia do
Norte aprovou a expansão do programa nuclear do país, dando maior ênfase
ao uso desse tipo de armamento em sua estratégia de defesa nacional.
No sábado, o país declarou estar em " estado de guerra
" com o Sul - levando o vizinho a indicar publicamente que dará uma " forte resposta
" a agressões promovidas pelo Norte.
Pyongyang começou a fazer as atuais ameaças contra Seul após a aprovação de novas sanções
contra o país pelo Conselho de Segurança da ONU em fevereiro, em
resposta aos testes nucleares norte-coreanos. Os EUA também foram alvo
de ameaças por causa daos exercícios militares conduzidos com os
sul-coreanos anualmente.
Na segunda, o Parlamento norte-coreano, conhecido como a
Assembleia Suprema do Povo da Coreia do Norte, "adotou de forma unânime
uma orientação que dá maior ênfase às armas nucleares na defesa do
país". Segundo a agência estatal KCNA, a lei aprovada classifica as
armas nucleares do país como um "meio de defesa" que servem ao propósito
de "administrar ataques retaliatórios às fortalezas de agressão até que
o mundo esteja desnuclearizado".
No domingo, após uma rara reunião de cúpula emergencial, o
Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (o principal
partido da Coreia do Norte) descreveu as armas nucleares como "a vida da
nação".
Embora o país tenha aumentado sua retórica de guerra e
ameaças nos últimos dias, poucos acreditam que a Coreia do Norte possa
realmente colocar em prática um conflito bélico de fato.
Mesmo assim, o governo sul-coreano diz levar as ameaças
do vizinho "muito a sério" mas, em Washington, um porta-voz do
presidente americano, Barack Obama, disse que, "apesar da forte retórica
que estamos ouvindo de Pyongyang, não estamos vendo mudanças na postura
militar norte-coreana, tais como mobilizações em grande escala e
posicionamento de forças".
*Com Reuters e BBC
http://ultimosegundo.ig.com.br
Caro Daniel,
ResponderExcluirÉ preciso cautela ao divulgar mensagens que contém informação manipulada a serviço da grande mídia.
É isso mesmo que eles querem, disseminar o medo e criar uma oportunidade de caos, assim como aconteceu no Iraque e na Líbia, por exemplo.
Veja o outro lado das notícias em
http://averdade.org.br/2013/03/imperialismo-prepara-opiniao-publica-mundial-para-atacar-coreia-do-norte/
Sds,
Fernando.
Creio que a declaração se apresenta com imparcialidade, uma vez que fala de retórica agressiva e exibicionismo militar, e é nítido que ambas as partes estão se utilizando dessa estratégia.
ResponderExcluirParticularmente acho muito mais compreensivo o posicionamento da Coreia do Norte, tendo em vista a opressão que vem recebendo à décadas. Não se justifica a alegação de desenvolvimento nuclear quando outras nações caminharam e caminham apressadamente nesse sentido. Note-se também que ao mesmo tempo em que essa declaração era dada, os EUA anunciavam o envio do 2º porta aviões anti-mísseis para a região.
Para não haver imparcialidade na mídia (coisa impossível) uma matéria deveria ser escrita agora colocando os EUA como réus.
Oi Fernando obrigado pela participação e pelo link. A notícia aí é um lado da moeda que trago, no entanto sabemos que tem outras versões e já cheguei a postar aqui no contento a crise na Península coreana sobre o que a mídia controlada da outra parte a C.do Norte diz sobre os EUA e sua aliada C.do Sul. Claro que a mídia tb controlada dos senhores do mundo do lado de cá, fazem o serviço para irem preparando a O.Pública a respeito de um provável conflito com a Coreia do Norte. Vou dar uma olhada e bem peculiar o link.
ResponderExcluirObrigado.
-Jorge Falcão -obrigado pela sua opinião, sem dúvidas o povo norte coreano é controlado de um lado pelo regime e o regime norte coreano é encurralado por forças externas, nem precisamos citar quais...
Quem será o réu nesta história? Quem é o mocinho e o bandido? Teria mocinhos neste teatro atual ou só bandidos? Bem o que vemos é que não há santos neste contexto e sim ambos querendo marcar limites nesta queda de braços estratégica.
Abraços