Nova etapa da presença militar russa no Mediterrâneo
2.05.2013  
 | 
    
  | 
RIA Novosti 
 | 
  
A Rússia está restabelecendo sua presença no Mediterrâneo. Hoje, o agrupamento misto de navios de combate e de apoio das esquadras dos mares Báltico, Norte e Negro no Mediterrâneo conta com quase 10 unidades.
No último ano, os navios da 
Esquadra do Mar Negro, estiveram 17 vezes em missão no Mediterrâneo. 
Estas navegações são importantes não apenas para elevar a imagem do 
país, mas também para defender interesses da Rússia.
Regresso da Bandeira de Santo André
Historicamente,
 o Mediterrâneo é uma zona de interesses vitais da Rússia. Navios com a 
bandeira de Santo André passaram a navegar nestas águas ainda nos tempos
 de Catarina II e, desde aquela época, a presença militar russa no 
Mediterrâneo tem sido um fator importante da política mundial. A 
presença neste mar era era periodicamente suspensa devido a situações 
críticas na própria Rússia, quando perturbações internas ou derrotas 
militares obrigavam a Marinha de Guerra russa a abandonar aquela região.
 Hoje, as potencialidades crescentes da economia do país em comparação 
com primeiros anos pós-soviéticos e a consciencialização da necessidade 
de aplicar uma política externa ativa permitiram colocar a tarefa do 
regresso de navios russos ao Mediterrâneo.
Esta 
presença é reduzida com frequência à “demostração da bandeira”, o que 
não é justo, porque é muito mais ampla mesmo agora, nas condições 
bastante limitadas da Marinha russa. Entre as missões efetuadas por 
navios russos no Mediterrâneo podemos destacar algumas tarefas 
principais.
Primeiro, são missões de treino – na 
primeira década do período pós-soviético, as Forças Armadas e a Marinha 
perderam consideravelmente uma série de competências muito importantes, 
inclusive a organização de unidades de navios em zonas distantes 
marítimas e oceânicas. A permanência de muitos anos da Marinha perto de 
zonas costeiras do país não influiu favoravelmente na preparação de 
tripulações, assim como do comando de grandes unidades e de esquadras, 
que perdeu competências de comando de forças subordinadas.
Frequentes
 navegações marítimas permitem melhorar bastante a preparação de 
tripulações e de estruturas de comando de todos os níveis. Este é sem 
dúvida um fator favorável: um combate marítimo numa guerra real pode 
durar menos de uma hora, mas são necessárias dezenas de anos para 
preparar este curto espaço de tempo.
O fator político
 não é menos importante. Estando presente no Mediterrâneo, a Rússia 
concede apoio prático às autoridades legítimas da Síria, que efetuam 
ações militares contra terroristas. Entradas regulares de navios russos 
em portos sírios excluem praticamente uma agressão externa contra aquele
 país, o que, em combinação com outros fatores, garante ao governo de 
Bashar Assad a possibilidade de continuar a lutar contra os extremistas,
 apoiados do estrangeiro.
À espera de renovação
Nos
 próximos cinco anos, o agrupamento russo na região pode crescer 
quantitativamente e qualitativamente. Já em 2014, a Esquadra do Mar 
Negro receberá os primeiros navios e submarinos de nova geração e, para 
2017-2018, poderá formar unidades compostos principalmente por novos 
vasos de guerra.
Mas, para garantir a eficiência 
destas unidades, é necessário em primeiro lugar uma preparação 
sistemática e qualitativa tanto de navios, como de todas as estruturas 
costeiras, impensável sem missões marítimas regulares. Esta tarefa passa
 para primeiro plano – os marinheiros que hoje se treinam a bordo de 
vasos antiquados de construção soviética poderão amanhã sentir-se com 
segurança em fragatas, corvetas e submarinos de última geração.
O
 treinamento da interação entre esquadras é mais uma tarefa importante. A
 Esquadra do Mar Negro encontra-se numa situação única, cooperando em 
sua zona operacional (que inclui o Mediterrâneo e uma parte do Atlântico
 e do Índico) com as restantes esquadras da Rússia: dos Mares Báltico, 
Norte e do Pacífico. A Esquadra do Mar Cáspio efetua testes e reparações
 no Mar Negro, ligado ao Cáspio por canais fluviais internos. A 
crescente atividade política e militar na Ásia torna a Esquadra do Mar 
Negro, em conjunto com a Esquadra do Pacífico, um dos mais importantes 
instrumentos políticos da direção russa. Sua importância continuará 
crescendo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Em observação... Adm.
Qualquer comentário que for ofensivo e de baixo calão, não será bem vindo neste espaço do blog.
O Blog se reserva no direito de filtrar ou excluir comentários ofensivos aos demais participantes.
Os comentários são livres, portanto não expressam necessariamente a opinião do blog.
Usem-no com sapiência, respeito com os demais e fiquem a vontade.
Admin- UND-HN