UND: Como já pilharam o Iraque depois de uma saraivada de mentiras deslavadas oficiais do governo W. Bush sobre as ADM de Saddam, para assim justificarem em 2003 a invasão ao Iraque pelos EUA, o que vimos foi a deposição de Saddam e a ascensão de figuras um tanto mais maleáveis naquele contexto aos interesses dos EUA e seus aliados, durante o período de intervenção que se seguiu até 2011 no Iraque.
Nestes últimos 10 anos e indo para 2 anos que as forças do Tio Sam deixaram o Iraque, o país árabe não conseguiu nem se quer ser estabilizado e afastar-se do fantasma de uma guerra civil sectária.
O país continua mergulhado em problemas crônicos decorrentes de tempos de guerra e deixado a própria sorte para que encontre uma solução para suas questões mais proeminentes , mas estes tendem a não serem resolvidos por conta da ingerência externa que tenta delinear os rumos que o país Iraque deve tomar.
As áreas que compreendem o sul da Turquia, noroeste do Irã, norte do Iraque, nordeste da Síria, estas são habitadas por população de orígem curda ( não árabe) que professam o islã sunita em sua maioria, esta população deseja ver uma nação curda independente.
Porém interesses de grandes potências que dividiam o mundo ao seu bel prazer, não só na Ásia, mas como na África entre os séculos 19 e 20, nunca levaram em consideração questões étnico-culturais e religiosas e assim não foi diferente com áreas predominantemente curdas supra citadas. A maior parte de uma população curda de estimados 26 milhões, vive no sul da Turquia e o segundo maior contingente desse grupo, vive no norte do Iraque e outra parte restante entre Irã e Síria, sendo também encontrados curdos nas ex-rep.soviéticas caucasianas da Armênia e Azerbaijão.
A peculiaridade é que o norte do Iraque curdo, é onde se tem grandes receitas por conta do petróleo e a região vive de fato uma certa autonomia administrativa dentro do Iraque, desde os tempos de Saddam, que perseguia a população daquela região. Este status quo de semi autonomia é o que vem garantindo um padrão melhor a população e mais estabilidade em comparação com o restante instável do Iraque.
Mas nem tudo é flores, como há um movimento ativo de separatistas curdos atuantes desde meados dos anos 80 no sul da Turquia, onde a guerrilha curda PKK- Partido dos Trabalhadores do Curdistão, age contra interesses turcos, reinvindicando maior autonomia aos curdos daquela região. De 1984 até hoje são mais de 30 mil o número de mortos em confrontos entre forças turcas e rebeldes separatistas curdos. Muitos desses guerrilheiros curdos ligados ao PKK se refugiam nas áreas montanhosas do curdistão iraquiano, o que faz com que forças turcas venham algumas vezes a realizarem ações no norte curdo iraquiano. No momento representantes curdos do PKK e autoridades oficiais turcas tentam chegar a um acordo de paz para a região curda turca.
Há interesses no entanto e principalmente dos EUA que haja esta paz, e que a região curda iraquiana se separe do Iraque e ofereça mais um ativo de confiança não só energética no quesito petróleo, mas estratégica para os EUA em meio ao O.Médio.
Claro que num caso que venha uma das partes das áreas curdas ganhar reconhecimento, as outras vizinhas que estão dentro da Turquia, Irã e Síria, buscarão a independência ( estes são os riscos que devam ser levados em consideração ) e que se possível levará a união num hipotético Estado curdo livre. Porém em contrapartida, será que nesta movimentação de fronteiras e de interesses, Irã e Síria deixarão suas áreas com minorias curdas buscarem seu lugar ao sol numa realidade de um Estado Curdo Livre? O próprio governo iraquiano do xiita N.Al Maliki ( vide texto abaixo ) vem comprando armas dos EUA e ao mesmo tempo se prepara para impedir que a região curda iraquiana se separe. EUA sabem que não podem muito gastar de suas boas fichas com um governo iraquiano que vive a sombra do Irã xiita. A Síria, já ocupada com problemas demais, não tem nem mexido com sua população curda e nem os curdos sírios tem mostrado tanto apetite de se juntar a bandeira da oposição síria contra Assad. Assim como as áreas curdas sírias vem se tornado um novo porto seguro para rebeldes do PKK que agem contra Turquia. A Frente curda é outro fosso que pode ser uma fase de ignição para uma crise que pode porventura envolver interesses de muitos países em detrimento daquela população.
Veja o mapa do Curdistão
Assim vejo esta situação deixando a vocês meu ponto de vista a partir da informação abaixo.
Por Daniel Lucas
EUA estão preparando nos bastidores uma independência curda em relação ao Iraque?
Ofertas do petróleo poderia ser um incentivo forte para mudança de posição da Administração
Os militares dos EUA pode ter retirado do Iraque, mas a maior decisão política dos EUA sobre o país pode ainda estar por vir, na forma de um endosso administração potencial para secessão curda .
Disputa entre o cada vez mais impopular primeiro-ministro Nouri al-Maliki e o Governo Regional do Curdistão (KRG) deixam cada vez mais perto de um conflito militar direto . Líderes curdos têm sugerido que a única
razão de Maliki ainda estar comprando armas dos EUA é porque ele cogita
atacar o Curdistão e eliminar seu status semi-autônomo, e precisa de
melhor equipamento para enfrentar os combatentes do KRG.
Os EUA sempre apoiaram o Curdistão, a um ponto. A mudança para um abertamente apoio a secessão seria um grande problema,
mas os incentivos financeiros para tal camisa poderia ser significativa,
com o governo central e GSAC-Governo Semi-Autônomo do Curdistão brigando pelas receitas do petróleo, e a ofertas de GSAC cada vez mais beneficiando empresas norte-americanas , em detrimento dos contratos iraquianos.
Isso pode parecer cínico, mas não está fora de sintonia com a política
histórica dos EUA na região, o que tem-se centrado em torno do petróleo. O papel de Maliki como um aliado do Irã pode
fornecer ainda uma outra desculpa para abandoná-lo em favor de um Curdistão
independente e de negócios lucrativos para a Exxon-Mobil.
O intervencionista American Enterprise Institute, também emitiu
um documento político sugerindo que eles acreditam que o momento para
essa mudança está se aproximando, dizendo que uma transição bem sucedida
do poder após as próximas eleições curdas poderia ser apresentado como
prova os curdos "merecem" independência na estimativa dos EUA.
O principal motor
contra a independência curda sempre foi a Turquia, mas com as
negociações de paz progredindo com o PKK, esse obstáculo pode muito bem
ser removido em breve, bem como, preparando o palco para o salto dos EUA a
bordo do break-up do Iraque, depois de passar grandes quantidades de
dinheiro e tropas tentando desesperadamente manter a nação unida.
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