segunda-feira, 1 de julho de 2013

Verão Árabe: Protestos no Egito


Manifestantes invadem sede da Irmandade Muçulmana no Cairo

 

Segundo governo, choques entre opositores e partidários do presidente deixaram 16 mortos desde domingo

Manifestantes invadiram e saquearam a sede da Irmandade Muçulmana no Cairo na manhã desta segunda-feira (1º), em um ataque que pode dar combustível para mais violência, enquanto país se prepara para um segundo dia de protestos em massa, destinados a forçar o líder islâmico Mohammed Morsi a sair do poder.
AP
Mulher egípcia grita enquanto manifestantes invadem a sede da Irmandade Muçulmana no distrito de Muqattam, Cairo

Enquanto isso, os organizadores das manifestações deram a Morsi até 1h de terça-feira (2) para renunciar ao cargo e convocou a polícia e o Exército a declarar seu apoio claramente para o que os manifestantes chamam de "vontade popular".
No domingo, milhares de egípcios lotaram as ruas em todo o país em uma massiva demonstração de raiva e frustração com o presidente e a Irmandade, o grupo islâmico que alçou Morsi ao poder. As manifestações foram em sua maior parte pacíficas, embora, em um sinal de volatilidade das divisões do país, confrontos foram registrados durante a noite em volta da sede da Irmandade no Cairo entre partidários de Morsi armados dentro do prédio e manifestantes jovens munidos de bombas de fabricação caseira e pedras.
Após os confrontos, manifestantes conseguiram furar o bloqueio da sede e invadiram o prédio de seis andares na manhã de segunda-feira, destruíndo móveis, documentos, tapetes, cobertores, aparelhos de ar-condicionado e retratos de Morsi, de acordo com um jornalista da Associated Press na cena. Um manifestante surgiu com uma pistola e a entregou para um policial do lado de fora.
Imagens de canais de TV locais mostraram janelas estilhaçadas, paredes escurecidas e fumaça saindo da vila fortificada no distrito Muqatam no leste do Cairo. Um incêndio ainda atingia umd os andares horas depois que o prédio foi invadido. Um manifestante derrubou uma placa na Irmandade Muçulmana que ficava na fachada do prédio, enquanto outro içou uma bandeira vermelha, preta e branca do Egito para fora da janela superior e a agitou em sinal de triunfo.
O porta-voz do Ministério da Saúde Yehya Moussa afirmou à televisão estatal que ao menos 16 pessoas em todo o país foram mortas na violência em relação aos protestos desde domingo, oito deles na sede da Irmandade Muçulmana, Um total de 781 ficaram feridas.
Não ficou imediatamente claro se os partidários da Irmandade escondidos dentro da sede lutaram contra os manifestantes na noite de domingo ou fugiram do prédio durante a noite.
AP
Manifestantes egípcios saqueiam a sede da Irmandade Muçulmana no distrito de Muqatam, Cairo
 
Nesta segunda, manifestantes contrários a Morsi se preparavam para um segundo dia de manifestações. Alguns deles passaram a noite em dezenas de tendas estendidas na Praça Tahrir e em frente ao palácio presidencial. Eles prometeram permanecer nos locais até a renúncia de Morsi. Os partidários do presidente, entretanto, continuaram em frente à mesquita principal em outra parte de Cairo.
Os opositores a Morsi estão convocando greves trabalhistas em uma tentativa de aumentar a pressão sobre o presidente, mas não estava imediatamente claro se os sindicatos concordavam com a convocação. Os organizadores continuam chamando os manifestantes a permanecer no prédio do gabinete, o parlamento interino, e outro local presidencial, onde Morsi está trabalhando desde a semana passada.
As manifestações de domingo foram as maiores do Egito em dois anos e meio de tumultos desde a retirada de Hosni Mubarak do poder em fevereiro de 2011.
Morsi deixou claro por meio de um porta-voz que não renunciaria e os seus partidários islâmicos prometeram não permitir que os manifestantes derrubem um deles.
Durante o dia de domingo, milhares de islâmicos marcharam não muito longe do palácio presidencial em apoio a Morsi, alguns deles preparados para lutar com armas de fabricação caseira, paus e escudos improvisados.
Não ficou claro se a oposição, que há meses exigia que Morsi formasse um governo de unidade nacional, aceite agora quaisquer concessões que não a sua renúncia. O impasse deixa em aberto a questão de saber se o Exército, já posicionado na periferia das cidades, vai intervir. Os manifestantes acreditam que os militares darão seu apoio a eles, pendendo a balança contra Morsi.
Muitos policiais não foram vistos durante os protestos. Antes de domingo, alguns oficiais disseram a seus comandantes que não iriam proteger a Irmandade dos manifestantes, reclamando que a polícia fica sempre no meio do fogo cruzado, segundo um vídeo da reunião publicado na internet.
Com AP
http://ultimosegundo.ig.com.br

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