Manifestantes invadem sede da Irmandade Muçulmana no Cairo
Segundo governo, choques entre opositores e partidários do presidente deixaram 16 mortos desde domingo
Manifestantes invadiram e saquearam a sede da 
Irmandade Muçulmana no Cairo na manhã desta segunda-feira (1º), em um 
ataque que pode dar combustível para mais violência, enquanto país se 
prepara para um segundo dia de protestos em massa, destinados a forçar o
 líder islâmico Mohammed Morsi a sair do poder.
 
              
              
Mulher egípcia grita enquanto manifestantes invadem a sede da Irmandade Muçulmana no distrito de Muqattam, Cairo
Enquanto isso, os organizadores das 
manifestações deram a Morsi até 1h de terça-feira (2) para renunciar ao 
cargo e convocou a polícia e o Exército a declarar seu apoio claramente 
para o que os manifestantes chamam de "vontade popular".
No domingo, milhares de egípcios               lotaram as ruas em todo o país
 em uma massiva demonstração de raiva e frustração com o presidente e a 
Irmandade, o grupo islâmico que alçou Morsi ao poder. As manifestações 
foram em sua maior parte pacíficas, embora, em um sinal de volatilidade 
das divisões do país, confrontos foram registrados durante a noite em 
volta da sede da Irmandade no Cairo entre partidários de Morsi armados 
dentro do prédio e manifestantes jovens munidos de bombas de fabricação 
caseira e pedras.
Após os confrontos, manifestantes conseguiram furar o 
bloqueio da sede e invadiram o prédio de seis andares na manhã de 
segunda-feira, destruíndo móveis, documentos, tapetes, cobertores, 
aparelhos de ar-condicionado e retratos de Morsi, de acordo com um 
jornalista da Associated Press na cena. Um manifestante surgiu com uma 
pistola e a entregou para um policial do lado de fora.
Imagens de canais de TV locais mostraram janelas 
estilhaçadas, paredes escurecidas e fumaça saindo da vila fortificada no
 distrito Muqatam no leste do Cairo. Um incêndio ainda atingia umd os 
andares horas depois que o prédio foi invadido. Um manifestante derrubou
 uma placa na Irmandade Muçulmana que ficava na fachada do prédio, 
enquanto outro içou uma bandeira vermelha, preta e branca do Egito para 
fora da janela superior e a agitou em sinal de triunfo.
O porta-voz do Ministério da Saúde Yehya Moussa afirmou à
 televisão estatal que ao menos 16 pessoas em todo o país foram mortas 
na violência em relação aos protestos desde domingo, oito deles na sede 
da Irmandade Muçulmana, Um total de 781 ficaram feridas.
Não ficou imediatamente claro se os partidários da 
Irmandade escondidos dentro da sede lutaram contra os manifestantes na 
noite de domingo ou fugiram do prédio durante a noite.
 
              
              
Manifestantes egípcios saqueiam a sede da Irmandade Muçulmana no distrito de Muqatam, Cairo
Nesta segunda, manifestantes contrários a 
Morsi se preparavam para um segundo dia de manifestações. Alguns deles 
passaram a noite em dezenas de tendas estendidas na Praça Tahrir e em 
frente ao palácio presidencial. Eles prometeram permanecer nos locais 
até a renúncia de Morsi. Os partidários do presidente, entretanto, 
continuaram em frente à mesquita principal em outra parte de Cairo.
Os opositores a Morsi estão convocando greves 
trabalhistas em uma tentativa de aumentar a pressão sobre o presidente, 
mas não estava imediatamente claro se os sindicatos concordavam com a 
convocação. Os organizadores continuam chamando os manifestantes a 
permanecer no prédio do gabinete, o parlamento interino, e outro local 
presidencial, onde Morsi está trabalhando desde a semana passada.
As manifestações de domingo foram as maiores do Egito em dois anos e meio de tumultos desde a               retirada 
de               Hosni Mubarak
 do poder em fevereiro de 2011.
Morsi deixou claro por meio de um porta-voz que não 
renunciaria e os seus partidários islâmicos prometeram não permitir que 
os manifestantes derrubem um deles.
Durante o dia de domingo, milhares de islâmicos marcharam
 não muito longe do palácio presidencial em apoio a Morsi, alguns deles 
preparados para lutar com armas de fabricação caseira, paus e escudos 
improvisados.
Não ficou claro se a oposição, que há meses exigia que 
Morsi formasse um governo de unidade nacional, aceite agora quaisquer 
concessões que não a sua renúncia. O impasse deixa em aberto a questão 
de saber se o Exército, já posicionado na periferia das cidades, vai 
intervir. Os manifestantes acreditam que os militares darão seu apoio a 
eles, pendendo a balança contra Morsi.
Muitos policiais não foram vistos durante os protestos. 
Antes de domingo, alguns oficiais disseram a seus comandantes que não 
iriam proteger a Irmandade dos manifestantes, reclamando que a polícia 
fica sempre no meio do fogo cruzado, segundo um vídeo da reunião 
publicado na internet.
              Com AP
http://ultimosegundo.ig.com.br
             
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