Encontro do G8 termina com cordial impasse sobre Síria
Os EUA e outras potências globais evitaram irritar a Rússia ao não mencionar na declaração final do encontro as questões mais contenciosas sobre a guerra civil na Síria
Os EUA e os líderes das outras grandes nações industrializadas acomodaram suas diferenças sobre a Síria e a economia global
em declarações que resumiram seu encontro anual de dois dias na Irlanda do Norte.
Líderes do G8 deixam pódio após tirar foto em grupo na Irlanda do Norte
Na questão que dominou as negociações privadas do chamado G8, a piora da guerra regional na Síria
, os líderes evitaram entrar em confronto com o presidente russo,
Vladimir V. Putin, ao não mencionar em sua declaração as questões mais
contenciosas que os distanciam dele. Entre elas estão o destino do
presidente sírio, Bashar al-Assad, aliado da Rússia, em qualquer acordo
de paz com os rebeldes.
Os líderes adotaram a ideia de manter negociações de paz
em Genebra (Suíça) "assim que possível", algo que o premiê britânico,
David Cameron, disse que estava "escapando" antes das discussões do G8.
Segundo Cameron, a declaração do encontro indica aos partidários de
Assad no Exército e nos serviços de segurança que eles têm um futuro sem
ele. Desde seu início, em março de 2011, o conflito deixou
ao menos 93 mil mortos
, segundo a estimativa mais recente da ONU.
Ainda assim, nenhum cronograma foi mencionado para as
negociações em Genebra, que provavelmente agora serão prorrogadas até o
final de agosto ou setembro, de acordo com uma autoridade ocidental que
falou sob condição de anonimato. Isso estimulou alguns temores de que
Putin, que é um dos aliados mais importantes de Assad, está atuando para
ganhar tempo - calculando que, até o final do verão (setembro, no
Hemisfério Norte), uma oposição já fragmentada na Síria estará ainda
mais enfraquecida por reveses militares.
A declaração do G8 detalhou um pouco mais como a
transição para um novo governo na Síria funcionaria. Mas sua linguagem
cautelosa e o fracasso em pedir a saída de Assad - o que Obama e alguns
líderes europeus reivindicavam - destacaram o quanto Putin lutou pelo
autocrata sírio apesar de estar em uma ampla desvantagem numérica nas
discussões de segunda com os outros sete chefes de Estado.
Apesar de a Rússia ser o principal fornecedor de armas da
Síria, Putin usou o jantar de deliberações na segunda para alertar
contra os planos americanos de começar a enviar algumas armas leves e munições para os rebeldes sírios
. Jogando com os temores de que entre os rebeldes há alguns extremistas alinhados à Al-Qaeda
, Putin repetiu seu argumento de que a oposição não poderia formar um
governo alternativo, de acordo com um diplomata ocidental que falou sob
condição de anonimato.
Apesar disso, as conclusões do encontro fez um apelo
implícito para que os partidários leais a Assad o abandonem ao sugerir
que poderiam sobreviver depois de seu governo. Serviços públicos na
Síria devem ser preservados em uma transição, disse o comunicado, e
"isso inclui as forças militares e os serviços de segurança".
A declaração condenou o uso de armas químicas na Síria
mas, novamente em deferência a Putin, não culpou Assad por usá-las
contra os rebeldes, como americanos, britânicos e franceses alegam. O
documento pede uma "investigação objetiva sobre as informações de uso de
armas químicas", apesar de os EUA
, França
e Reino Unido terem afirmado ter fortes evidências do uso de armas químicas.
*Com New York Timeshttp://ultimosegundo.ig.com.br
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