terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Ucrânia: Futuro incerto

Eleições na Ucrânia são incertas

Eleições na Ucrânia são incertas

Tamas Pal, colaborador científico do Instituto de Sociologia da Academia de Ciências da Hungria, falou à Voz da Rússia sobre a situação em evolução impetuosa na Ucrânia e os novos e antigos personagens no palco político do país.

– Pelo qual cenário podem desenvolver-se os acontecimentos na Ucrânia?
O primeiro é o agravamento da situação. Os nacionalistas da Ucrânia Ocidental não estão dispostos a uma pacificação. Quando os políticos moderados ou democráticos lhes diziam sobre a necessidade de um compromisso com a parte da população ucraniana que não os entende e não quer ver, eles não atendiam a estas palavras e atuavam segundo sua lógica. Já anularam uma lei sobre a política linguística, que introduziu o estatuto de língua regional. Para mim, este é um mau sinal para o Leste e o Sul da Ucrânia. Pode formar-se uma situação em que as eleições não acontecerão ou serão declaradas ilegítimas em algumas regiões do país. Diria que tal situação está próxima de uma guerra civil.
A segunda variante consiste em que possam ser eleitos políticos oposicionistas mais ou menos moderados e até ingênuos, em outras palavras. Com certeza, neste caso o boxeador será o primeiro: entende pouco, mas é um homem esbelto e, aos olhos de muitas pessoas, tem bons modos, não dizia nem fazia porcarias, o que também é uma dignidade na política ucraniana.
A terceira variante é Poroshenko considerado por muitos ucranianos como o único político profissional e sensato na atual situação.
 E o que indicam pesquisas de opinião pública?
 Neste caso, a meu ver, as pesquisas não são necessárias. São boas numa situação estável e tranquila, quando já se revelaram as simpatias e antipatias. Numa situação instável seria irrazoável predizer quais serão as eleições do fim de maio.
Como sociólogo, acompanho os resultados do trabalho de meus colegas na Ucrânia, mas é pouco provável que um sério profissional pegue agora nesse assunto. Por outro lado, ninguém pode prever, se os próprios figurantes de pesquisas estejam no local dentro de um tempo.
 Será que a segunda vinda da antiga primeira-ministra Yulia Tymoshenko é capaz de alterar algo?
Penso que não. Tymoshenko já está no passado. Alguns partidos ucranianos, em particular o partido Svoboda (Liberdade), já disseram: obrigado, Yulia, mas não precisamos de você. Ela é uma etapa percorrida. Claro que Tymoshenko é bem vista nas telas, mas ficarei muito surpreendido, se ela conseguir algo.
 
As opiniões expressas são de responsabilidade do entrevistado.

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