A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira que irá cortar a única
linha de comunicação militar que mantinha com a Coreia do Sul e que
serve para administrar o acesso ao complexo industrial comum de Kaesong,
em meio a uma escalada de tensão entre os dois países.
"A
partir de agora, serão cortadas as comunicações militares entre o Norte
e o Sul", disse a agência estatal norte-coreana "KCNA", que cita um
oficial do Exército do país.
Segundo
a agência, a alta autoridade militar explicou ao Exército sul-coreano
que "em uma situação na qual uma guerra pode explodir em qualquer
momento não há necessidade de manter comunicações militares".
O
oficial explicou que a linha permanecerá desligada enquanto a Coreia do
Sul "continuar com seus anacrônicos atos hostis", em uma aparente
referência aos exercícios militares que Seul e Washington estão
realizando conjuntamente em território sul-coreano.
O
governo de Seul não confirmou se a linha está realmente cortada,
segundo disse à Agência Efe uma porta-voz do Ministério da Unificação,
após explicar que por esta via só se realiza um contato diário, durante a
manhã.
Pela
linha, Seul notifica Pyongyang do número de pessoas e veículos
sul-coreanos que cruzarão a fronteira para chegar ao complexo industrial
de Kaesong, projeto conjunto no qual empresas do Sul fabricam produtos
em território norte-coreano aproveitando o baixo custo da mão-de-obra
local.
Desta
forma, se o corte da linha militar for confirmado, o funcionamento do
polígono industrial, um dos poucos símbolos da cooperação entre as duas
Coreias, poderia ser afetado.
Hoje, 457 sul-coreanos foram para Kaesong para realizar diversos tipos de trabalho, segundo informou o Ministério da Unificação.
Em
11 de março, a Coreia do Norte cortou a linha de comunicação civil
entre ambos os governos localizada na fronteiriça aldeia de Panmunjom
depois que Coreia do Sul e os EUA iniciaram outro exercício militar, o
que deixou a linha militar como única via de contato.
Os
cortes de ambas linhas fazem parte da campanha de ameaças praticamente
diárias, com elevado tom belicista, que a Coreia do Norte realiza contra
Seul e os EUA desde 7 de março, quando a ONU anunciou novas sanções ao
regime de Kim Jong-un por seu último teste nuclear.
A
Coreia do Norte anunciou ontem que seus mísseis e unidades de
artilharia se encontram "em posição de combate" e apontados para alvos
nos EUA e Coreia do Sul, o que representa o grau máximo de alerta
militar.
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