Seul pede mediação de Rússia e China para conter Pyongyang
O ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Yun Byung-se, informou
nesta quarta-feira que pediu a mediação de Rússia e China para convencer
a Coreia do Norte a pôr fim a suas provocações militares, em um momento
de elevada tensão na península.
"Através de uma estreita colaboração com a Rússia e a China, o Governo
sul-coreano continua realizando esforços para persuadir a Coreia do
Norte a mudar sua atitude", detalhou Yun durante um comitê parlamentar,
em declarações divulgadas pela agência Yonhap.
Além disso, Yun disse que a comunidade internacional está unida "de
maneira coerente e decidida frente às ameaças e provocações, aos testes
nucleares e ao lançamento de mísseis" de Pyongyang.
A
Coreia do Norte, cujo isolamento é cada vez mais pronunciado, conta com
Rússia e China como praticamente seus únicos aliados, sobretudo no
aspecto econômico, embora se desconheça a capacidade das duas potências
para frear as intenções do regime de Kim Jong-un.
Fontes militares acreditam que a Coreia do Norte pode realizar a
qualquer momento um teste de mísseis de alcance intermediário, o que
elevou o estado de alerta do comando conjunto das forças sul-coreanas e
americanas e fez o Japão preparar seus sistemas antimísseis.
Segundo imagens tomadas nos últimos dias, acredita-se que Pyongyang
transferiu para plataformas de lançamento móveis em sua costa oriental
mísseis com um alcance estimado entre 3 mil e 4 mil quilômetros.
Perante
as imprevisíveis ações de Pyongyang, o ministro da Defesa sul-coreano
adiantou que seu esquema de coordenação militar com os EUA se encontra
"completamente operacional", à espera de receber em Seul, na próxima
sexta-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry.
Estados Unidos e Coreia do Sul elevam estado de alerta por ameaça do Norte
O chamado status 'Watchcon' passou de 3 para 2, o que reflete indícios de 'ameaça vital'
Coreia do Sul e Estados Unidos atualizaram seu status de vigilância
militar coordenada, nesta quarta-feira, antecipando-se a um possível
lançamento de mísseis de médio alcance por parte da Coreia do Norte. O
Comando de Forças Combinadas elevou o status "Watchcon" de 3 para 2, o
que reflete indícios de "ameaça vital", informou a agência de notícias Yonhap, citando uma fonte militar de alto escalão.
O Exército sul-coreano também preparou uma força-tarefa de emergência
para monitorar e analisar os preparativos da Coreia do Norte, de acordo
com a mesma fonte. O "Watchcon 4" fica em vigor durante o período de
paz, enquanto que o "Watchcon 3" sinaliza uma ameaça importante.
A península coreana se encontra em um ciclo de escalada militar, desde que o terceiro teste nuclear da Coreia do Norte, que levou ao endurecimento das sanções da ONU.Acredita-se que Pyongyang tenha enviado dois mísseis Musudan para sua costa leste na última semana para equipar lançadores móveis. Na terça-feira, a Yonhap mencionou a inteligência sul-coreana, que informou que o vizinho do norte teria completado os preparativos para um teste de míssil. A expectativa é que seja lançado durante as festividades pelo aniversário de Kim Il-Sung, em 15 de abril.
A
retórica de guerra de Pyongyang aumentou nas últimas semanas, com
ameaças quase diárias de ataques a bases militares americanas e à Coreia
do Norte, em resposta ao treinamento conjunto dos dois países. Na
terça-feira, o governo japonês anunciou ter enviado mísseis Patriot para
a capital, como medida preventiva.
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