Retórica norte-coreana faz Israel reforçar defesa de ação preventiva contra Irã
Retórica bélica do regime de Pyongyang faz Estado judeu defender ideia de que ataques são necessários para impedir país persa de atingir seus objetivos nucleares
O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, afirmou na
quarta-feira que o líder da Coreia do Norte, Kim Jung-un, está chegando
a um ponto sem retorno. Os americanos e todos países ameaçados têm se
preparado para ações defensivas perante a retórica bélica do regime de
Pyongyang. Mas, em uma ressalva para tranquilizar a população americana,
Hagel afirmou: "Não há como lançamentos de mísseis da Coreia chegar aos
EUA.”
Veja também este link. Londres: Coreia do Norte e Síria dominam debate entre ministros do G8
Apesar de todos os meios sofisticados de observação da
Coreia do Norte por outros países, ainda não há uma prova definitiva de
um suficiente poderio nuclear norte-coreano para atingir os americanos. E
não existem dúvidas de que a resposta americana a um eventual ataque
seria arrasadora. Por enquanto, as reações têm sido muito cautelosas.
Ações preventivas não foram adotadas pelo receio de
precipitar o conflito. Apesar disso, a ação norte-coreana está
reforçando a estratégia israelense de defender o uso de ações
preventivas para impedir o Irã de atingir seus objetivos nucleares.
Israel e vários países temem que o programa atômico iraniano tenha
objetivos militares, suspeita que o Irã nega.
Os europeus não têm intensificado sanções contra o Irã
por receio de ficar sem fontes de petróleo. Enquanto isso, americanos e
europeus vêm tentando controlar o estado de nervos de Israel com receio
de que o pequeno Estado judeu tome iniciativas unilaterais para
destruir, ou atrasar, o desenvolvimento nuclear iraniano.
O comportamento da Coreia do Norte demonstra que uma
dúvida sobre a existência de um poderio nuclear e uma liderança
determinada podem manter o mundo inibido de adotar ações militares. E o
resultado final pode ser exatamente oposto, de tornar o conflito
inevitável por algum erro de cálculo de alguma das partes envolvidas.
É essencial aplicar a lei das consequências não
desejadas, inspiradas pelos resultados das últimas guerras. Essa lei é o
que inibe o comportamento dos países ocidentais em relação à Coreia do
Norte e Irã.
A solução talvez possa vir sem meios militares. Mas, no
caso do Irã, não é provável que Israel arrisque sofrer uma primeira
ação, para só então reagir, pois pode ser tarde demais. Israel tem 20
mil quilômetros quadrados e 8 milhões de habitantes. O Irã tem 1,5
milhão de quilômetros quadrados e 90 milhões de habitantes, além de
ciência de alta qualidade.
Até a manhã desta quinta-feira, ninguém fazia previsões sobre até aonde vão as confusões norte-coreana e iraniana.
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