ONU e a Rússia advertiram para o perigo de uma escalada regional.
ONG informou que ao menos 42 soldados sírios morreram no domingo (5).
O regime sírio, envolvido em uma guerra com a rebelião que busca sua
queda, afirmou nesta segunda-feira (6) que escolherá o momento certo
para responder aos ataques israelenses contra seu território, que
deixaram 42 mortos e provocaram o temor geral de um conflito regional.
A ONU e a Rússia,
um dos poucos aliados do presidente sírio Bashar al-Assad, advertiram
para o perigo de uma escalada regional após os ataques aéreos
israelenses contra posições militares sírias na sexta-feira e no domingo
perto de Damasco, e as ameaças do Irã e do Hezbollah libanês, os outros
dois grandes apoios do regime sírio.
Outra fonte de preocupação é o suposto uso de armas químicas.
No entanto, a comissão de investigação internacional independente sobre
a Síria, patrocinada pela ONU, afirmou nesta segunda-feira, em um
comunicado, que "não alcançou os resultados que lhe permitam concluir
que foram utilizadas armas químicas pelas partes em conflito".
Foto da agência Sana mostra prédio destruído por ataque israelense em Damasco (Foto: AP)
"Consequentemente e até o momento, a Comissão não está na posição de
comentar estas alegações", acrescenta o comunicado, que aparentemente
refuta as declarações à imprensa de um de seus membros, a promotora
suíça Carla del Ponte, que falou sobre a utilização de gás sarin pelos
rebeldes.
Carla del Ponte - que em seus mandatos anteriores, sobretudo quando era
promotora do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII),
se destacou por suas declarações radicais à imprensa - havia afirmado na
noite de domingo (5), em italiano diante das câmeras da televisão
pública suíça do Tesino, que havia visto um relatório "sobre testemunhos
obtidos relativos à utilização de armas químicas, em particular gás
sarin, pelos opositores, e não pelo governo". Falou de "fortes
suspeitas, de suspeitas concretas" e considerou que não era
surpreendente que os rebeldes tenham utilizado gás sarin, "já que há
combatentes estrangeiros que se infiltraram entre os opositores".
Em um primeiro balanço do ataque de domingo, uma ONG informou sobre ao
menos 42 soldados sírios mortos e uma centena de desaparecidos.
"A Síria responderá à agressão israelense, mas escolherá o momento de
fazê-lo. Isto talvez não ocorra imediatamente, já que Israel está em
estado de alerta", disse à AFP nesta segunda-feira um líder político
sírio próximo ao poder, contactado por telefone, que disse que "vamos
esperar, mas responderemos".
Para Damasco, estas agressões abrem a porta a todas as opções e fazem
com que a situação na região seja mais perigosa. A televisão síria
advertiu que 'os mísseis sírios estão preparados para atacar alvos
precisos em caso de violação'.
Diante do temor de eventuais represálias, Israel
anunciou a mobilização de duas baterias antimísseis no norte do país,
ordenou o fechamento do espaço aéreo nesta zona até a noite desta
segunda-feira e reforçou as medidas de segurança em suas embaixadas em
todo o mundo.
Um funcionário israelense afirmou que os ataques estiveram dirigidos
contra um depósito de munições iranianas destinadas ao Hezbollah, o
poderoso movimento xiita libanês, protegido do Irã e aliado do regime de
Bashar al-Assad.
No entanto, Teerã desmentiu que existam armas iranianas nos alvos
bombardeados por Israel, e ameaçou Israel com "acontecimentos graves na
região dos quais nem os Estados Unidos nem Israel sairão vencedores".
No dia 30 de abril, o chefe do Hezbollah, Hasan Nasrala, cujos homens
combatem do lado do exército do regime sírio, afirmou que seu movimento e
o Irã não permitirão a queda de Assad.
Ataques, ameaças e eventuais represálias podem dar uma guinada ao conflito sírio, que já expulsou dezenas de milhares de sírios em direção aos países vizinhos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "muito preocupado", pediu que
"todas as partes demonstrem o máximo de calma e contenção, assim como
ajam de maneira responsável para evitar uma escalada do que já é um
conflito devastador e muito perigoso".
Além disso, a Rússia considera que os ataques israelenses podem
provocar uma escalada, com o risco de que surjam focos de tensão nos
países vizinhos, em particular no Líbano.
A China, aliada do regime de Damasco, se juntou às críticas. A
porta-voz da chancelaria, Hua Chunying, disse que seu governo não apenas
se opõe ao uso da força, mas "considera que é preciso respeitar a
soberania de todos os países" por ocasião da visita do presidente
palestino, Mahmud Abbas, e do primeiro-ministro israelense, Benjamin
Netanyahu.
A União Europeia, diante do temor de que o conflito se propague, pediu
para que 'a estabilidade da região, que já é precária, não seja colocada
em perigo'.
Desde o início do conflito, em março de 2011, com a repressão do regime
da revolta pacífica da rebelião, Israel realizou três ataques contra
alvos perto de Damasco, no dia 30 de janeiro e nos dias 3 e 5 de maio.
Mais de 70 mil pessoas morreram na Síria desde o início da revolta, em março de 2011, que se degenerou em uma guerra civil pela brutal repressão do regime de Assad.
O alvo do ataque de 5 de maio era um centro de pesquisas científicas em
Jamraya (nos arredores de Damasco) que já havia sido atacado em janeiro
por Israel, um depósito de munições e uma unidade de defesa antiaérea
-, segundo uma fonte diplomática em Beirute.
Após estes ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
presidiu uma reunião de emergência com seu gabinete de segurança sobre o
tema sírio, antes de viajar à China.
No sábado (4), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
considerou que se justifica que Israel tente se proteger da
"transferência de armas sofisticadas a organizações terroristas como o
Hezbollah".
Será? A Síria vai responder? A ideia não é atacar o Irã? Ou destruir todos os países muçulmanos? Existe um livro de 1897 que supostamente conta essa história.
ResponderExcluirA propósito, você levou em consideração meu pedido, Daniel?