País diz que atuará para impedir ataque contra Síria, e que 'destruirá Israel'
Segundo TV estatal, presidente diz que trabalhará com Rússia para evitar ação. Chefe militar ameaça Estado judeu
O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse que
o Irã avançará com esforços para repelir uma ação militar dos EUA e de
seus aliados contra o regime sírio de Bashar al-Assad, aliado de Teerã,
informou a TV estatal nesta quinta-feira.
Reino Unido: Ação militar na Síria seria legal mesmo sem aval da ONU
Presidente do Irã, Hasan Rohani, dá sua primeira coletiva desde que assumiu o cargo (6/8)
Segundo a emissora, as declarações foram feitas
na quarta durante uma conversa telefônica entre Rouhani e o presidente
da Rússia, Vladimir Putin. Rohani foi citado dizendo "uma ação militar
trará altos custos para a região" e "é necessário aplicar todos os
esforços para preveni-la".
O general Mohammad Ali Jafari, chefe da poderosa Guarda
Revolucionária, usou uma retórica mais dura enquanto falava com o site
de notícias Tasnim, afirmando que um ataque contra a Síria envolveria
Israel e seria um "segundo Vietnã" para os EUA.
"Os sionistas deveriam saber que, se o Exército dos EUA
atacar a Síria, não salvará o regime falso da resistência, significando a
imediata destruição de Israel", disse Jafari. "A Síria vai se
transformar em um campo de batalha mais perigoso e mortal do que a
Guerra do Vietnã, e na verdade, a Síria se tornará o segundo Vietnã para
os EUA", disse.
Ativistas sírios inspecionam corpos de supostas vítimas de ataque químico na região de Ghouta, no bairro de Duma, Damasco (21/8)
De acordo com a TV estatal, Rohani disse que
Irã e Rússia trabalhariam em uma "cooperação extensa" para evitar
qualquer ação militar contra a Síria. Rohani também chamou tal ação
militar de uma "aberta violação" às leis internacionais.
Apesar de condenar as armas químicas, Rohani foi citado
dizendo que "prejulgamentos podem ser perigosos antes de que possam ser
esclarecidas" as alegações de que a Síria usou armas químicas
.
Os países ocidentais encontraram algums desculpas para
preparar o caminho para enfraquecer a posição da Síria em conversas
adicionais" depois que o governo sírio ficou em vantagem em seu
confronto contra os rebeldes, disse Rohani.
O líder também previu consequências regionais para
qualquer ataque. "A Síria tem uma situação estratégica e sensível, e
qualquer tipo de invasão militar levaria a instabilidade a todo o
Oriente Médio", afirmou.
Assad é o principal aliado do Irã no Oriente Média, e sua
queda representaria um sério golpe a Teerã e a suas forças de apoio: o
Hezbollah
, no Líbano, e o grupo palestino Hamas. O Irã não reconhece Israel.
O Irã, muçulmano xiita e arqui-inimigo de Israel, apoia
Assad contra os rebeldes principalmente muçulmanos sunitas que tentam
derrubá-lo em uma revolta que já dura mais de dois anos.
O Irã culpou os rebeldes pelo suposto ataque com armas
químicas em 21 de agosto, quando ao menos centenas de civis morreram.
Ativistas de oposição culpam as forças de Assad, no que Washington
concorda. O presidente Barack Obama indicou considerar o caso suficiente
para justificar um ataque militar limitado contra a Síria, em resposta
ao uso de armas químicas.
*Com AP e Reuters
Via:
http://ultimosegundo.ig.com.br
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