Síria poderia evitar ataque se entregasse armas químicas, diz secretário dos EUA
Em Londres, Kerry afirmou que presidente sírio não faria isso e reassegurou que regime foi responsável por ataques
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou nesta segunda-feira (9) que o presidente sírio, Bashar al-Assad
, poderia resolver a crise em relação ao suposto uso de armas químicas
por suas tropas entregando "cada uma delas" à comunidade internacional até o fim da semana.
Mas Kerry, que concedeu uma coletiva em Londres
ao lado do secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague,
afirmou que não espera que Assad entregue seu arsenal químico.
Em uma forte réplica aos comentários de Assad
feitos durante entrevistas, Kerry afirmou que há evidências muito
constrangedoras de que o regime usou armas químicas contra sua própria
população.
Em entrevista concedida a Charlie Rose, veiculada pela
CBS no programa "This Morning", Assad argumentou que a evidência que
Kerry divulgou sobre armas químicas é uma "grande mentira" que lembra o
argumento usado para a guerra no Iraque pelo então secretário de
Estado Colin Powell há dez anos.
Instado a responder Assad, Kerry afirmou que estaria
confiante o suficiente para levar as provas que a comissão de
inteligência americana reuniu para qualquer tribunal. "O que ele (
Assad
) oferece?", questionou Kerry retoricamente. "Palavras que são contrariadas por fatos."
Kerry chegou em Londres na tarde de domingo de Paris,
onde ele realizou reuniões com os chanceleres do Egito e da Arábia
Saudita e com membros da comissão da Liga Árabe
para o Oriente Médio. Ele retornou a Washington nesta segunda-feira
dando continuidade ao seu trabalho de lobby para que o Congresso apoie
um ataque militar contra o regime de Assad.
Kerry também disse que a decisão do parlamento britânico contra o apoio a um ataque militar
na Síria não danificaria as relações entre EUA e Reino Unido. "Nosso
laço é maior que uma votação - maior que um momento na história", disse.
O secretário de Estado americano também fez referência
aos cerca de 50 manifestantes que protestavam do lado de fora do
Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido contra a intervenção
dos EUA no conflito sírio. Ele afirmou que acha ser importante para as
nações a se "levantar pela humanidade". "Essa é uma catástrofe humana de
proporções globais", disse.
Kerry disse que os EUA entendem que não há solução
militar para o conflito, mas que uma resolução política será impossível
se o regime Assad for permitido a continuar matando os civis sírios sem
consequências.
"A evidência é poderosa e a pergunta para todos nós é o
que vamos fazer? Dar as costas? Fazer um minuto de silêncio?",
questionou Kerry. Ele disse que a credibilidade de Assad está em dúvida.
"Ele lançou mísseis Scud contra escolas."
Hague concordou, afirmando: "Não vamos cair na armadilha de acreditar em todas as palavras que vem da boca desse homem."
"Sabemos que seu regime deu ordens para preparar um
ataque químico. Sabemos que eles posicionaram tropas", afirmou. Kerry
disse que Washington "também sabe de onde os foguetes vieram e ( UND: e como sabem )onde eles
aterrissaram... e não há acidente de que eles vieram de territórios
controlados pelo regime e caíram em territórios controlados pela
oposição. Enquanto isso, os chanceleres da Rússia e da
Síria afirmaram nesta segunda-feira que planejam pressionar por um
retorno de inspetores das Nações Unidas à Síria para continuar sua
investigação sobre o uso de armas químicas.
Sergei Lavrov disse que após as conversas com
seu colega sírio Walid al-Moallem que Moscou continuará a promover uma
resolução pacífica e pode tentar convocar uma reunião com todas as
figuras da oposição síria que estejam interessados em um processo de
paz. Ele disse que um ataque dos EUA contra a Síria seria um golpe fatal
para a região.
Com AP
http://ultimosegundo.ig.com.br
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