Golpe contra a Síria enterrará Organização das Nações Unidas
EPA
Vladimir
Putin dirigiu-se diretamente ao povo dos EUA e aos políticos
americanos, expondo a posição russa em relação à situação no mundo e à
situação em torno da Síria. “O potencial golpe dos Estados Unidos contra
a Síria, apesar da posição crítica de muitos países e líderes políticos
e religiosos, inclusive do Sumo Pontífice, levará a um número ainda
maior de vítimas inocentes, à escalada e à potencial propagação do
conflito para fora das fronteiras da Síria”, escreve o presidente russo.
O uso da força contornando o Conselho de Segurança da ONU, na opinião
de Vladimir Putin, encerra também um perigo de esta estrutura repetir o
destino da Liga das Nações, que se desmoronou por falta de alavancas
reais de influência na situação internacional.
Os
americanos começam a dar-se conta de falta de perspetivas da
intervenção militar no conflito sírio, considera o diretor do Instituto
de Planeamento Estratégico, Alexander Gusev. Mas uma parte considerável
da elite política, nas palavras do perito, não entende isso:
“A
direção política dos Estados Unidos tem uma posição bastante agressiva.
Os republicanos impelem os democratas, com Barack Obama à cabeça, a
impor a democracia americana na Síria. A Rússia ocupa uma posição
coerente e construtiva em relação à Síria, compreendendo a importância
da solução deste conflito por meios políticos. Nenhum Estado do mundo
deve intervir agressivamente nos assuntos internos de um outro Estado”.
Vários
peritos destacam que a iniciativa da Rússia de submeter as reservas de
armas químicas na Síria ao controle internacional provoca uma reação
positiva na sociedade americana e na Administração Obama, que não tem
grande vontade de intervir na guerra. Tanto mais, como apontou Vladimir
Putin em seu artigo, “ninguém duvida que na Síria foram aplicadas armas
químicas. Mas há todas as razões para considerar que gás tóxico foi
utilizado não pelo exército sírio, mas sim pelas forças oposicionistas
para provocar uma intervenção dos seus fortes protetores estrangeiros
que, neste caso, apoiarão, no fundo, os fundamentalistas”.
A
renúncia dos Estados Unidos à intervenção militar e a conjugação de
esforços na solução política do conflito sírio não apenas ajudarão a
evitar mais vítimas no Oriente Médio, mas também contribuirão para
melhorar as relações entre os nossos países, tem a certeza o diretor dos
Instituto dos EUA e do Canadá, Serguei Rogov:
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