sábado, 1 de junho de 2013

EUA sob pressão do conflito sírio.


Acirramento de confronto na Síria coloca pressão sobre Washington

Embora o presidente americano Barack Obama relute em se envolver no conflito, iminente guerra e fatores internacionais fazem com que atitudes dos EUA comecem a mudar

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Por dois anos, o presidente americano Barack Obama têm relutado em se envolver no conflito na Síria. Mas como o confronto está se transformado em uma guerra influenciada por fatores internacionais, as atitudes em Washington estão começando a mudar. A situação da Síria nunca pareceu tão complexa ou intratável em dois anos de revolta e combates. Enquanto isso, os planos para uma negociação de paz em Genebra permanecem duvidosos.
A oposição síria, por sua vez, luta para conseguir se reunir sob uma liderança única. É fácil esquecer hoje que a revolta síria começou em março de 2011, quando multidões de manifestantes tomaram as ruas – de Homs a Hama e Damasco – exigindo reformas, liberdade e a saída de Assad do poder. Mas o presidente continuou recebendo o apoio da elite mercante do país, de sua comunidade alauíta e de uma parcela de cristãos do país.
Em Washington, esperanças de que Assad cairia se alternaram com esforços diplomáticos para chegar a uma solução política – qualquer coisa que evitasse o envolvimento direto dos EUA. A administração americana ainda insiste que uma solução política ainda é a melhor opção, mas a evolução do conflito no terreno a está forçando a reconsiderar a estratégia.
Porém, Obama e seus assessores temem que dar um passo adiante agora poderia desencadear uma sucessão de fatos que levariam o país à guerra na Síria, segundo Fred Hoff, do Think Tank Atlantic Council. Ele participou dos debates sobre a crise síria dentro da administração americana como assessor. "Em outras palavras, avance um passo e no futuro você será obrigado a ocupar o país. Eu acho que isso é um engano e não ficaria surpreso se soubesse que o próprio presidente chegou a essa conclusão".
AP
Combatente do Exército Livre da Síria descansa em campo de refugiados de Yarmouk, perto de Damasco
 
Recalcular
Apenas neste ano, Washington mandou ajuda não letal aos rebeldes – remédios e comida. Brian Sayers, um ex-conselheiro da Otan (aliança militar ocidental) se reúne atualmente em Washington com o SSG (sigla em inglês do Grupo de Suporte Sírio) – entidade que ajuda o governo americano a enviar ajuda aos rebeldes no campo de batalha. Três carregamentos foram enviados neste ano.

No escritório de Sayer, um mapa da Síria está coberto com pequenas folhas adesivas. Elas listam os nomes dos generais e comandantes do Exército Livre da Síria com quem o SSG está em contato. "Este é o começo de um processo, e algumas pessoas podem estar vendo isso como um projeto piloto do que vai acontecer no futuro", disse.
Em maio, o comitê de relações internacionais do Senado americano aprovou uma proposta autorizando o armamento de determinadas unidades militares dos rebeldes. O presidente do comitê, o senador democrata Robert Menendez, costumava se opor ao armamento dos rebeldes, mas agora diz que o custo de não fazer nada pode ser muito alto no futuro.
"A menos que queiramos ficar sentados assistindo outras 80 mil pessoas serem assassinadas, um Estado entrar em colapso e armas químicas caírem nas mãos de terroristas, temos que mudar a dinâmica na Síria". "E temos que encontrar uma maneira de fazer com que Assad ou os russos mudem de pensamento".
Armamento
Pode demorar meses para que o Legislativo americano transforme essa proposta em lei. Mesmo que isso aconteça, o Executivo pode decidir não seguir o plano. O presidente já rejeitou no ano passado um plano para armar os rebeldes apresentado a ele pela então secretária de Estado Hillary Clinton e pelo então diretor da CIA (agência de inteligência americana) David Petraeus. A proposta foi feita antes que elementos radicais da rebelião - como a frente al-Nusra - se tornassem mais conhecidos.
Até agora, os EUA parecem querer contar com países como Qatar, Turquia e, potencialmente, aliados europeus para fornecer armas aos rebeldes. Mas armar os rebeldes é uma opção tão problemática como as outras que estão sendo discutidas: desde ataques, implementação de áreas restritas ao voo ou operações secretas.
Recentemente, Obama afirmou ter pedido a seus generais que preparem planos adicionais para a Síria.
Cansado de guerra ( UND. hahaha vai nessa que eles estão casados de guerra )
Uma intervenção militar americana, mesmo que limitada, teria que ser realizada fora do ambiente de um mandato da ONU – uma vez que a Rússia votaria qualquer resolução do Conselho de Segurança. Mas até agora, nenhum esforço está sendo feito para reunir uma coalisão de aliados europeus e árabes. E o presidente Obama já avisou que não haverá ação unilateral americana.
As experiências no Iraque e no Afeganistão têm grande peso na hora de ponderar ações. O presidente também sabe que não há grande entusiasmo em seu país por uma intervenção direta na Síria.
Liderança americana
Hoje estão mudando não só a visão americana sobre seu papel no mundo como a percepção internacional sobre o que os EUA podem e devem fazer, e em que medida. Mohammed Ghanem, um jovem professor sírio da Universidade de Damasco, está agora nos EUA fazendo lobby para ajudar a oposição síria. "Não estamos pedindo por botas no terreno. Não queremos uma intervenção como a do Iraque ou uma invasão em larga escala". "Os sírios estão lutando e sacrificando suas vidas para obter liberdade. O que eles precisam é apenas de uma assitência, porque a luta não está sendo justa", disse. "Precisamos da liderança dos Estados Unidos. O necessário na Síria é uma assistência mínima, mas duradoura".

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