sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Sanções à Ucrânia


Reuters

Sanções da UE à Ucrânia incluem bloqueio de bens e restrição de vistos

Propostas para a proibição de exportação de armas foram derrubadas.
Violência após protestos deixou 67 mortos no país.

Da Reuters

Os chanceleres da União Europeia concordaram nesta quinta-feira (20) em impor sanções contra a Ucrânia, incluindo a proibição de vistos, congelamento de bens e restrições sobre a exportação de equipamentos antimotim, disseram ministros e autoridades.
As restrições, que serão transformadas em lei nos próximos dias, serão aplicadas a todos os considerados responsáveis por ordenar ou promover a violência em Kiev, que deixou 67 mortos. As propostas para a proibição de exportação de armas foram derrubadas.
"A UE decide como questão de urgência o congelamento de bens e a proibição de vistos aos responsáveis ​​pela violência e emprego da força excessiva em Kiev", disse o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, em mensagem no Twitter.
Os protestos populares contra o governo da Ucrânia começaram em novembro depois que o presidente do país cedeu à pressão da Rússia e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia, preferindo a ajuda financeira de Moscou.
A Ucrânia está no meio de uma disputa geopolítica entre Moscou, que vê o país como um mercado importante e teme que protestos se espalhem para a Rússia, e o Ocidente, que diz que os ucranianos devem poder escolher livremente uma aliança econômica com a UE.
Pressão internacional
O ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse nesta quinta que ainda não há uma decisão final sobre o caminho para acabar com a crise ucraniana, mas disse que ele e os minstros da Alemanha e Polônia voltariam a conversar com o presidente Viktor Yanukovich.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, anunciou que os ministros da União Europeia (UE) obtiveram sinal verde do presidente ucraniano Viktor Yanukovytch para a realização de eleições presidenciais e legislativas antecipadas em 2014, segundo informou a agência de notícias France Presse. "Foi acordado com Yanukovytch que eleições presidenciais e parlamentares ocorreriam neste ano e que um governo de unificação nacional seria criado nos próximos 10 dias", disse Tusk à imprensa, segundo a France Presse.
A Rússia criticou as ações europeias e norte-americanas, as chamando de uma "chantagem" que só vai piorar as coisas. O presidente russo, Vladimir Putin, está enviando um representante a Kiev para tentar negociar com a oposição, a pedido de Yanukovich, segundo a agência de notícias RIA.
A chanceler alemã, Angela Merkel, fez um chamado para que Yanukovich aceitasse a oferta de mediação europeia.
Fim da trégua
Novos confrontos ocorreram em Kiev nesta quinta-feira, quebrando a trégua declarada pelo presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich.
O Departamento de Saúde da cidade Kiev disse que 67 pessoas foram mortas desde terça, o que significa que ao menos 39 pessoas morreram nos confrontos desta quinta.
O ministro interino do Interior, Vitaly Zakharschenko, afirmou que a polícia está equipada com armas de combate e as usaria "de acordo com a lei" para se defender, defender outras pessoas e libertar reféns. O ministério afirmou que os manifestantes mantêm 67 policiais como reféns.
Num sinal da redução do apoio a Yanukovich, o prefeito de Kiev, indicado pelo presidente, deixou o partido do governo em protesto contra a violência nas ruas.
Governo brasileiro
O Itamaraty informou que o governo brasileiro acompanha situação na Ucrânia e “lamenta profundamente as mortes ocorridas em Kiev. O governo brasileiro conclama todas as partes envolvidas a dialogar. A crise política na Ucrânia deve ser equacionada pelos próprios ucranianos, de forma pacífica e com base no respeito às instituições e aos direitos humanos.”
A embaixada local não foi informada de nenhum brasileiro ferido nos protestos.
G1

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