Oposição síria acusa governo de matar centenas em ataque químico
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Regime de Bashar al-Assad nega acusação. Não há número confirmado de mortos: estimativas variam de 100 a 1,3 mil
Grupos de oposição da Síria afirmaram que
centenas foram mortos nesta quarta-feira (21) em um ataque com agentes
químicos lançados por foguetes do governo contra redutos rebeldes perto
da capital Damasco. Não há um número confirmado de mortos no suposto
ataque. Estimativas da oposição variam de 100 a mais de 1,3 mil. Não há
como confirmar as informações com fontes independentes nem saber quantas
das vítimas morreram pelas substâncias tóxicas ou pelos bombardeios.
Imagem fornecida pelo Comitê Local de Arbeen mostra corpos de sírios enfileirados em Arbeen, Damasco
Vídeos publicados online por ativistas da
oposição mostravam corpos sem vida, a maioria sem sinais de ferimentos.
Não foi possível, entretanto, confirmar a veracidade dessas imagens de
forma independente. O governo Bashar al-Assad negou as alegações,
caracterizando-as como "completamente sem fundamento".
Uma autoridade do governo americano afirmou à CNN que os
EUA não possuem nenhuma confirmação de que armas químicas tenham sido
usadas em ataques recentes na Síria. "Se for verdade, seria uma prova da
brutalidade inconcebível por um homem desesperado e um regime
desesperado", disse a autoridade. UND: Sei...
As acusações são feitas enquanto um grupo da ONU está no país
para determinar se algum lado da sangrenta guerra civil está usando
armamento químico. "Estamos cientes dos relatos e estamos tentando
descobrir mais", disse o porta-voz da ONU Martin Nesirky. UND: E bem no dia que essa equipe está na Síria, se arruma um jeito de explodir agente venenoso e matando até milhares? Dá para suspeitar....
O ataque aconteceu como parte de uma pesada ofensiva com
bombardeios pelo governo na região de Ghouta, que possui redutos
rebeldes que há mais de um ano as tropas de Assad tentam recuperar.
Ativistas disseram que foguetes com agentes químicos atingiram os
subúrbios de Damasco de Ain Tarma, Zamalka e Jobar durante intenso
bombardeio.
Um homem que se identificou como um voluntário
de primeiros socorros disse que ouviu um barulho diferente, semelhante
ao de um foguete. Ele foi até Zamalka, o lugar mais próximo a ele que
foi atingido. Durante algumas horas, sentiu perda de visão e a
paralisação de seu corpo. Ele disse que se sentiu incapaz de se manter
de pé e desmaiou.
Imagem fornecida pelo Gabinete de
Mídia da Douma mostra sírio ao lado de corpos de vítimas mortas por
suposto ataque químico em Douma
Número de mortos
O diretor do Observatório para os Direitos
Humanos, Rami Abdul-Rahman, citou ativistas na área afirmando que "gás
venenoso" foi lançado no ataque. Ele disse ter documentado cem mortes,
mas afirmou não estar claro se as vítimas morreram pelo ataque aéreo ou
pelo gás tóxico.
Bayan Baker, uma enfermeira de um complexo
emergencial, disse que o número de mortos, entre os recolhidos a partir
de centros médicos nos subúrbios a leste de Damasco, foi de ao menos
213. "Muitas das vítimas são mulheres e crianças. Eles chegaram com
pupilas dilatadas, membros frios e espuma na boca. Os médicos dizem que
esses são sintomas típicos de vítimas de gás nervosos", relatou.
Já os Comitês de Coordenação Local, rede
ativista da oposição, afirmou que os gases venenosos deixaram mais de
650 mortos. Os sintomas, segundo o grupo, incluíam inconsciência, espuma
na boca e no nariz, pupilas contraídas, taquicardia e dificuldade de
respirar.
George Sabra, um dos principais opositores de
Assad, disse que 1,3 mil teriam morrido em consequência da chuva de gás
venenoso. "Não é a primeira vez que o regime usou armas químicas. Mas
(os crimes de hoje) constituem um ponto de virada nas operações do
regime", disse em uma coletiva em Istambul, Turquia. "Dessa vez foi mais
para aniquilar do que aterrorizar."
Equipe da ONU
Uma equipe de inspetores de armas químicas da
ONU aterrissou na Síria esta semana para tentar provar as alegações de
que armas químicas vêm sendo usadas durante a guerra civil no país. Os
inspetores deram início aos seus trabalhos na segunda-feira.
O secretário de Relações Exteriores do Reino
Unido, William Hague, e o presidente da França, François Hollande,
pediram ao governo da Síria que permita o acesso à equipe da ONU.
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